quinta-feira, 10 de maio de 2012

VAGAS DE MINHA VOLTA




Pelas vagas sou atirado contras as rochas.
Minhas abertas feridas ardem nas salgadas águas,
Mas nada existe de tão salgado
Quanto estas lágrimas de meu triste choro.
Triste, sofrido e inconsolável pranto.

Açoitando meu peito todas as ondas invadem meus pulmões,
Todas as infinitas outras açoitam todos os meus corações,
São muitos e são magoados todos os que eu possuo.
Água fria banha meu corpo imundo
Enquanto for eu filho deste maldito mundo!

Minha volta sofrida, triste e supurada volta.
Volta, apenas estou a dar volta...
O mesmo círculo
Pelas águas, sempre embalado, sempre embolado.

Será que nada nunca poderá dar fim a este bruxuleante lume?
Nesta teimosa chama que até contra minha vontade ainda arde?
Nada derrota este mal fadado destino
E nada nunca limpará a lástima deste ser humano.

Á deriva nestas águas onde houve o início
E ainda haverá o fim de todo o ciclo,
Cospem-me as vagas para cima e para frente.
Vejo as rochas próximas, mas ainda estão tão longe...
Logo serei arrastado para dentro e trás mais, uma vez.




Vagner Tadeu Firmino

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