Serpente cerca a presa que sou,
Com força enrosca-se por minhas pernas
E sem equilíbrio, caio.
Tremo com o gelado aperto de seu corpo liso
Em um abraço amoroso tão descarado
Que parecemos apenas um.
De tanto amor por mim
Serpente lança feitiços antigos
E passa para o interior de meu corpo.
Sinto-a passeando dentro de meu peito sufocado de angústia,
Um abraço sem braços envolve meu coração.
Amorosa Vênus Rastejante,
Como você me ama!
Ama a ponto de loucura,
A ponto de cravar os dentes em meu amargo coração,
Aperta-me o estômago, esmaga meus rins.
O que de amor existe nesta devoção Serpente?
Há apenas este frio de loucura,
Minha loucura que me deixa à tua mercê.
Rasteje minha Eva,
Que tomado de ti só resta-me dividir contigo
O frio do solo, o frio de ti
E a melancólica tristeza que vem
Com teu obsceno serpentear.
Serpente cerca a presa que sou
E dá-me como presente toda a tristeza e mazela
De sua infinita devoção.
Autor: Vagner Tadeu Firmino
19 de Janeiro de 2.005
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